Ontem estava eu, pobre humilhado, voltando da faculdade no trem sentido Itapevi que pára na cidade de Osasco.
Mas, antes, duas importantes observações:
1- Estava indo para Osasco porque a minha mansão em Alphaville está passando por reformas e eu tenho renite alérgica.
2- Estava andando de trem porque o meu Porche quebrou, e meu motorista teve que levar seu filho com pneumonia no médico.
Voltando... Estava eu no trem, quando duas bixinhas superafetadas entraram no mesmo vagão. O problema todo é que este trem, para quem não sabe, não é um dos locais mais apropriados para se soltar a franga. Anyway, continuei na minha, e fiquei um pouco envergonhado pela conversa exuberante dos dois viadinhos.
Eis que acontece o esperado: entram dois heteros pedreiros – pelo menos, tinham cara de pedreiros – e sentam no banco ao lado das bee’s. “Tan Tan”... Claro que eles perceberam que aqueles rapazes eram diferentes, e começaram a se comunicar entre si – pausa para o meu espanto: eles sabiam se comunicar, e de um jeito muito particular.
Um dos bóias-fria fez um sinal com a mão, como se fosse aquele sinal que fazemos para dizer “treparam”, e o outro olhou com uma cara tipo “é foda né, meu!”. Fiquei pasmo: os heteros descobriram um modo particular de se comunicar entre si para indicar os viados no recinto.
Chocante! Quanta inteligência... Tive um professor de filosofia no colégio que costumava dizer que, quando os primatas não sabiam escrever, eles precisavam achar uma forma de se comunicar. Fato comprovado ontem, quando duas bixinhas pão com ovo me deram a chance de ver tamanho avanço na comunicação heterosexual.
Portanto, amiguinha, se você estiver próxima de algum primata, e ele fizer um sinal de “trepa”, cuidado! Te reconheceram!
Patético!