Ontem foi mais um daqueles dias que eu queria desaparecer. Correria no trabalho e muitas coisas pendentes a fazer. Tudo isso sem contar a cara feia de um superior, porque eu não sou mais uma marionete escrava que se faz de idiota e trabalha de graça. Adoro esta denominação: superior. Você não se sente um lixo quando ouve isso?rs
Como se não bastasse os infortúnios do trabalho, cismei com uma pessoa fresca ‘pra caralho”. Sabe quando você está na balada, avista aquele sonho de consumo e pensa: é agora? Pois é... Não foi aquele dia, pois estava com muito álcool no sangue para formar uma frase decente, e acabei soltando uma meia dúzia de palavras ofensivas achando que estava arrasando na piada. Depois deste episódio, continuo numa batalha incessante pelo Orkut para conseguir ‘realizar’ meu sonho de consumo. Tá difícil de dobrar, mas, como em tudo na minha vida, vou conseguir mais cedo ou mais tarde. Não tem coisa que me instiga e me irrita mais ao mesmo tempo do que um charme – mais conhecido como ‘cú doce’.
Mas voltando ao dia de ontem...
Quando se está no fundo da fossa, sempre dá para tirar um pouco da bosta de cima dos olhos e ver a luz no fim do túnel. Meu amigo Flávio veio até a rádio para me entregar um material de trabalho, e aproveitamos para tomar uma cervejinha no final do expediente. Passamos por uns 3 bares até concluir que a noite não estava para se caçar ninguém, e que era melhor se conformar e sentar num boteco qualquer para tomar uma cerveja e tentar dar umas risadas. E não é que funcionou?
Uma cuba libre aqui... Um bombeirinho ali... Já estávamos rindo de tudo! As pessoas começavam a ficar mais agradáveis, e até o mendigo vendendo bala de goma não me irritava mais. Começamos a conversar sobre o final de semana, e na TV rolava uns clipes bem gays, como “Waiting For Tonight”, da J-Lo, poderia ser melhor? Poderia, e foi! Na mesa em frente tinha um cara bonito, extremamente charmoso com um cigarro na mão e um sorriso do tipo “tá esperando o que?”. Trocamos olhares... Sorrisos... Na hora de ir embora me lembrei de que não devo cantar ninguém quando estou com álcool no sangue, e escrevi meu nome e telefone num papel e pedi para que o Flávio entregasse para ele.
Pronto! Problemas resolvidos!
Fomos para o Metrô, e foi uma risada só: “olha aquela gorda ali... olha aquele cabelo ali... olha a mulher que cara de sapa encalhada...”, demos risada de tudo e de todos, sem perceber, é claro, que nós éramos o motivo de maior piada – imagine como não demos risada alto. Para completar a piada, meu amigo Flávio analisa o mapa da linha verde do Metrô e me pergunta ingenuamente: “Quem é este tal de Chácara KLAIBIN?” – Klaybin mesmo, com sotaque americano. Depois de dar risada por meia hora, respondi que o Klaybin deveria ser o irmão gay assumido do Kassab.
Terminamos a noite na estação Barra Funda, onde comemos um cachorro quente de 1,19 (isso mesmo: 1,19 com duas salsichas! Imagine a qualidade gastronômica). Fomos ao banheiro da estação, entrei naquela cabine toda mijada e senti aquele cheiro de urina que me deu uma sobriedade absurda. Neste momento refleti que os melhores momentos de nossa vida são os mais simples, quando não se precisa de frescuras e burocracias para se dar uma boa risada descansar de um dia estressante no trabalho.