Primeiro, só para atualizar os mais alienados, este filme é o último trabalho completo do ator Heath Ledger, que morreu no começo do ano de overdose. Ele foi indicado ao Oscar no ano retrasado pelo seu papel no filme “Brokeback Mountain”, onde ele brilhantemente, diga-se de passagem, interpretou um dos cowboys gays. Fato é que está claro que a Warner não esperava o suicido de Heath Ledger, tanto que o filme é todinho colocado em suas costas. O coringa, seu papel, é a peça central de toda a trama deste segundo filme, e um dos pontos mais altos do longa.

Christopher Nolan acertou a mão neste thriller de ação e drama, que foi projetado passo a passo para manter o clima tenso de cada cena. Em outras palavras: o cara mostrou que sabe dirigir um filme, e muito bem! “O Cavaleiro das Trevas” não é apenas uma película baseada nos quadrinhos, é uma obra de arte. Cada frame, cada quadro, cada diálogo é de uma perfeição digna, coisa que não se vê por aí há muito tempo.
As atuações estão afiadas, e todos, sem nenhuma exceção, estão ótimos em cena. Destaque, é claro, para Heath Ledger, que deixou o Coringa ainda mais intenso e charmoso (sim, eu disse charmoso!). Tem horas no filme que é impossível de se resistir ao carisma sádico do vilão.

O único defeito é a duração: 2 horas e 30 minutos. Nolan poderia ter editado um pouco mais, e tornado os momentos iniciais um pouco menos cansativos e explicativos. Mesmo assim, “O Cavaleiro das Trevas” é, de longe, o melhor filme que vi este ano nos cinemas.
A estréia mundial acontece nesta sexta-feira, em todos os grandes cinemas.